Simples, mas impossível: a arte de não conseguir fazer escolhas #tarot
- Sheyla Smanioto
- 27 de jul. de 2020
- 2 min de leitura

Reflexão com As enamoradas / Os enamorados do tarot
Começar ou desistir? Conto ou romance? Pedir comida aqui ou ali? Você precisa ter certeza, então pensa pensa pensa e a única certeza que tem é a de que se você não fizer a escolha certa, algo terrível vai acontecer. Mas algo terrível já aconteceu: você entregou uma escolha nas mãos da sua mente.
Quando estamos criando algo, chega a ser desesperador. São muitas escolhas, mil delas por segundo, é exaustivo, você já se sentiu exausto no seu processo criativo? Não era para ser revigorante? Vivo?
É a tentativa de tomar tantas decisões a partir da mente que nos leva à exaustão. Não parece que temos alternativa, afinal, precisamos ter certeza e acreditamos que a certeza está no fim de uma estrada de conjeturas e pensamentos, sobre o chão da ansiedade, um pouco antes ou um pouco depois da exaustão final. Acreditamos que se pensarmos o suficiente, chegaremos à escolha certa.
A certeza, porém, mora no corpo. No instinto. Na intuição.
A mente conjeturou, mas a intuição é quem sabe escolher. De outra maneira, ficamos mentalmente exaustos e, para evitar essa pressão interna, nos afastamos de tudo o que necessita escolha, opção, decisão. Ficamos, portanto, presos ao que já está definido, delineado, pronto. Damos aos outros o poder de escolha sobre nossas vidas, afinal precisamos de um tempo, de um segundo que seja de descanso.
Deixamos de criar nossas vidas – poética e politicamente.
Preste atenção quando estiver hesitando demais ou quando se sentir fazendo escolhas com base na pressão: do que você tem medo? O que você está tentando assegurar com os poderes da sua mente? O que é tão importante controlar que você não entregaria nas mãos do seu próprio corpo? Você confia no seu corpo? Ou você tem medo dele?
Beijos,

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