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Tudo começou quando uma cartomante me disse

Tudo começou quando uma cartomante me disse que em fevereiro eu seria Outra. Era começo de outubro de 2016 e eu ri, "outra? Como assim?", "é o que está aqui. Vai começar em breve, mas só em fevereiro você vai conseguir enxergar. Quem você pensa que é, o destino que você assumiu, tudo vai virar do avesso".


Eu tentei argumentar porque o meu destino, essa ideia de ser escritora, era uma das poucas coisas que havia me mantido em pé naquelas últimas semanas de crises bipolares. Eu queria gritar com os céus, "nós combinamos!", eu queria berrar mas guardei o bicho grito e disse baixinho, acho que por isso as palavras saíram trêmulas, dentro delas um rugido, "tem certeza?",



"é o que está aqui, é o que leio com o dom que recebi, não cheguei a errar antes, minha querida, mas vai saber".

Alguns dias depois, sonhei com um livro, não o que estava escrevendo, Outro. Em fevereiro, descobri meu próprio esqueleto no quintal. Hoje, nem reconheço aquela menina com medo de não ter controle total sobre a criação e a vida, mas é a ela a quem volto para começar a contar essa história:

a de como meu mundo começou a acabar quando recebi, naquele sonho, as primeiras palavras de um livro – e me recusei a escrevê-las.


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