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Você já convidou uma ideia para o baile, mas na hora de criar inventou uma desculpa?

Atualizado: 13 de set. de 2020

Você olha as fotos de uma época e se pergunta: onde foi parar toda essa gente? E uma ideia, você se pergunta onde foi parar? Onde foi parar a dança que você cozinhou nos joelhos, mas não trouxe ao mundo? As palavras quentes entre a língua e o céu, prontas para serem servidas, onde elas foram parar? Juntaram-se? Viraram outras frases?


Onde vai parar tudo o que você convida para sair, mas no dia inventa uma desculpa?


No corpo. Eles continuam aí. Cada gesto e cada palavra que você invocou, mas não expressou. Eles começaram dentro, você chegou a sentir o movimento serpenteando sob a pele, mas não os trouxe para o mundo, como se dentro eles ainda fosse uma miragem. Mas o que ainda não nasceu não é miragem, é coisa viva. A semente dentro da terra contém seu futuro.


Você é uma acumuladora de gestos e de palavras e pensamentos? E guarda tudo naquele quartinho sem chave que aparece nos seus sonhos com casa? Está na hora de limpar o quartinho fechado da casa do Sonho, diz o 8 de copas.


Que partes do seu corpo estão tensas nesse exato momento? Vamos aos poucos. Visite com a consciência os seus pés, a sua perna, o seu quadril. Suba pela coluna, pela caixa torácica, os ombros e o pescoço. Encontre seus músculos tensos, tensos como uma mão fechada, uma mão que segura, que amassa um papel, encontre os seus músculos que nesse momento seguram um pedaço de papel amassado, uma memória, um gesto.


Vamos experimentar com os ombros. Imagine que eles são mãos fechadas. Abra-as. Solte os seus ombros como mãos que se abrem e largam ao chão o papel amassado, um bilhete para você? O papel não vai quebrar quando cair no chão, só vai embora. Se for seu, encontrará seu ciclo de volta. Se não for, abrirá espaço no seu Corpo para mais Dança, para mais Palavra, para mais Vida.


Beijo,


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